O El Niño e a La Niña são partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial (e na atmosfera adjacente), denominado de El Niño Oscilação Sul (ENOS). O ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média histórica. A mudança na temperatura do oceano Pacífico Equatorial acarreta efeitos globais na temperatura e precipitação.
A caracterização do ENOS é analisada por meio do cálculo de alguns índices, como o Índice Oceânico Niño (Oceanic Niño Index – ONI) definido pela média móvel trimestral da anomalia de temperatura da superfície do mar (ATSM) para a região do Niño 3.4, por no mínimo, cinco meses consecutivos, onde a anomalia maior que 0,5°C está associado a El Niño e inferior a -0,5°C está associado a La Niña. Temos também o Índice de Oscilação Sul (Southern Oscillation Index – SOI) que representa a diferença na pressão média do ar ao nível do mar, medida no Taiti e Darwin, Austrália, que pode indicar o status do acoplamento entre o Oceano Pacífico e a Atmosfera.
As previsões de anomalia da TSM para abril-maio-junho de 2023 (AMJ/2023) dos modelos numéricos de previsão climática analisados, indicam que as águas sobre o Pacífico Equatorial deverão apresentar condições de neutralidade. Porém, no Pacífico Equatorial Leste, próximo à costa do Peru e Equador, as águas já se encontram mais quentes do que a média histórica. Então, a maior probabilidade é de condições neutras no próximo trimestre AMJ/2023. A previsão da ocorrência de ENOS realizada pelo IRI/CPC no início do mês de março evidencia esta condição de neutralidade, com 83%. Já a probabilidade de permanência do La Niña é de apenas 2% e do El Niño é de 15%.
Texto atualizado em 22/03/2023.
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