O El Niño e a La Niña são partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial (e na atmosfera adjacente), denominado de El Niño Oscilação Sul (ENOS). O ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média histórica. A mudança na temperatura do oceano Pacífico Equatorial acarreta efeitos globais na temperatura e precipitação.
A caracterização do ENOS é analisada por meio do cálculo de alguns índices, como o Índice Oceânico Niño (Oceanic Niño Index – ONI) definido pela média móvel trimestral da anomalia de temperatura da superfície do mar (ATSM) para a região do Niño 3.4, por no mínimo, cinco meses consecutivos, onde a anomalia maior que 0,5°C está associado a El Niño e inferior a -0,5°C está associado a La Niña. Temos também o Índice de Oscilação Sul (Southern Oscillation Index – SOI) que representa a diferença na pressão média do ar ao nível do mar, medida no Taiti e Darwin, Austrália, que pode indicar o status do acoplamento entre o Oceano Pacífico e a Atmosfera.
As previsões de anomalia da TSM para fevereiro-março-abril de 2023 (FMA/23) dos modelos numéricos de previsão climática analisados, ainda indicam que as águas sobre o Pacífico Equatorial devam permanecer mais frias do que a média histórica. Porém, próximo à costa do Peru e do Chile, as águas já encontram-se mais quentes que a média histórica. Ou seja, apesar de ainda haver uma certa probabilidade de persistência da La Niña, as previsões indicam uma condição maior de neutralidade. A previsão da ocorrência de ENOS realizada pelo IRI/CPC no início do mês de janeiro já evidencia esta condição de neutralidade, com 73%. Já a probabilidade de permanência da La Niña é de 27%.
Texto atualizado em 25/01/2023.
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