O El Niño e a La Niña são partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial (e na atmosfera adjacente), denominado de El Niño Oscilação Sul (ENOS). O ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média normal histórica. A mudança na temperatura do oceano Pacífico Equatorial acarreta efeitos globais na temperatura e precipitação.
A caracterização do ENOS é analisada por meio do cálculo de alguns índices, como o Índice Oceânico Niño (Oceanic Niño Index – ONI) definido pela média móvel trimestral da anomalia de temperatura da superfície do mar (ATSM) para a região do Niño 3.4, por no mínimo, cinco meses consecutivos, onde a anomalia maior que 0,5°C está associado a El Niño e inferior a -0,5°C está associado a La Niña. Temos também o Índice de Oscilação Sul (Southern Oscillation Index – SOI) que representa a diferença na pressão média do ar ao nível do mar, medida no Taiti e Darwin, Austrália, que pode indicar o status do acoplamento entre o Oceano Pacífico e a Atmosfera.
As previsões de anomalia da TSM para maio-junho-julho de 2022 (MJJ/2022) dos modelos numéricos de previsão climática analisados indicam que as águas sobre o Pacífico Equatorial devem se apresentar mais frias do que a média histórica. Ou seja, maior probabilidade de persistência da La Niña sobre o Oceano Pacífico Central. A previsão da ocorrência de ENOS realizada pelo IRI/CPC no início do mês de abril indica maior probabilidade (73%) de que o próximo trimestre (MJJ) as condições de La Niña se mantenham.
Texto atualizado em 03/05/2022.